domingo, 16 de outubro de 2022

Faz parte do meu ser

 Minhas lembranças de criança. Tinha eu talvez 4 ou 5 anos, e morávamos em uma fazenda por nome de Santa Maria ao lado da cidade de Cambara Paraná. Certa vez em uma temporada de seca, eu via passar em frente minha casa prossição quer dizer, centenas de pessoas rezando pedindo chuva, isso se repetiu por vários dias e nada aconteceu. Então eu e talvez minha prima da mesma idade, estávamos brincando em um vasto terrerão desses de secar café,  quando de repente eu e minha prima começamos a imitar aquelas pessoas e começamos a rezar da nossa maneira para nossa senhora e pedimos para chover, até então não havia nenhuma nuvem no céu o Sol estava de rachar mamonas, mas em um segundo o céu ficou escuro e começou a chover, minha mãe veio em nosso socorro e nos levou para dentro na proteção da casa. No Paraná chove muito e dois ou três meses sem chover já é considerado uma seca. Tempos depois eu já morava em outra região na fazenda Cayua  também região de Cambara, já com meus oito ou nove anos, uma seca preocupava os colonos e eles por vários dias faziam novenas pedindo chuva para nossa senhora, mas nada acontecia. Certo dia penso eu que estava caçando de estilingue na beira da estrada poeirenta quando a prossição passou, fiquei olhando até todos passarem, depois corri atrás e no meio deles pedi para nossa senhora para chover, a resposta foi imediata, como no caso anterior o céu estava limpo o Sol de rachar mamonas, de repente o céu escureceu e choveu pesado com trovoadas e relâmpagos que assustou a todos, mas a chuva continuou por vários dias. Depois disso nunca mais pedi nada a nenhum Deus,  me lembro apenas de as vezes quando sozinho eu falava com o Sol. Tempos depois agora com desesseis anos eu já morava em Sorocaba SP Brasil, e uma vez veio uma chuva de vento muito forte, minha casa recém construída era pequena e fragiu, ouvi minha mãe dizer, o que será de nós. Então fui em direção a porta do lado de onde vinha o vento e dei ordens ao vento que procurace outro caminho e não causasse dano no meu bairro  pois todos eram muito pobres para suportar perdas, e  assim aconteceu. No dia seguinte o noticiário era que o vento causou muitos estragos na parte norte de Sorocaba, em Itu e outras cidades vizinhas. Então a partir daí sempre quando o céu fica escuro, ou quando a notícia é que haverá chuvas com ventos muito forte, eu bem antes digo ao meu amigo vento, vento você já sabe, não cause danos no meu bairro, e já faz quarenta anos que o vento não causa danos onde eu moro. Existe também outros acontecimentos ligados à minha vida que contarei em outra oportunidade. Mas o fato é que relijosamente andei por outros caminhos quer dizer, me tornei religioso a partir dos vinte anos e só então tive contato com a bíblia, isso foi nós anos oitenta, essa experiência me fez esquecer nossa senhora,  o vento, e o Sol.  Logo me decepcionei com as religiões ainda no final dos anos oitenta, mas fiquei com a menti dividade sem saber o que de fato iria fazer com minha vida, e só agora aos sessenta e dois anos estou voltando a ser o que eu nasci para ser, dono do meu nariz e amigo dos deuses do universo. José Vicente de Souza, Sorocaba SP Brasil. 



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